A Venezuela é o país que delimita a fronteira norte da Cordilheira dos Andes. A região noroeste do seu território é alcançada por dois braços da cordilheira, denominadas de Oriental e Ocidental.
E é na província de Mérida que se encontram as maiores altitudes do país. O local é denominado de "Sierra Nevada de Mérida" e concentra picos acima dos 4.000 metros, a citar o Bolívar, El Leon e o Humboldt. Veja ilustrações:
A foto acima retrata um período de neve sobre o pico Bolívar. Segundo o autor da foto (Osorio), atualmente este cerro detém apenas manchas brancas encrustadas em sua face norte.
O complexo de glaciares da "Sierra Nevada" foi primeiramente descrito por um europeu (Fray Pedro Aguado) no ano de 1560. As primeiras observações específicas foram feitas entre 1850 a 1869 e desde então se tem um panorama contínuo do retrocesso dos mesmos. Recentemente Carlos Schubert fez um comparativo dos registros contidos na obra de Alfredo Jahn (Observaciones glaciológicas de los Andes venezolanos, 1925) com fotografias aéreas (Misión A-34, DCN) de 1952. O resultado se percebe no mapa abaixo:

O artigo de SCHUBERT (1997, p 134) é sucinto, mas preciso em suas conclusões:
[durante la última glaciaciónn] ...la línea de nieve al norte del Ecuador se encontraba a una altitud de aproximadamente 4.000 m.s.n.m. y la zona terminal de los glaciares se encontraba aproximadamente 3.500 m; en 1.900 se encontraban a aproximadamente 4.700 y 4.200 m, respectivamente em Venezuela, Sievers midió el límite inferior de los glaciares del pico La Concha, el cual resultó estar a 4.380 m... Em la actualidade, el limite inferior de los glaciares en la Sierra Nevada de Mérida se encuentra muy por encima de los 4.700 m.s.n.m.
Outro autor venezuelano que publicou importantes estudos sobre o degelo foi Ernesto Boede. Em seu artigo "Testimonios históricos y gráficos del deshielo de los glaciares de la Sierra Nevada de Mérida,Venezuela" ele aponta a existência de um "pequeno glaciar al noroeste del Pico El Toro."
Os glaciares assinalados no mapa acima com um número foram os remanescentes pós 1952. Dentre eles, o Espejo (1), localizado no flanco sudoeste do Pico Bolívar tem desaparecido por completo. O número 2 é o Timoncito, também do lado sul (maior incidência solar) estava com uma espessura de 20 m em sua zona terminal em 1972 mas em uma nova medição em 1991 já estava quase extinto. No flanco norte permanecem os glaciares El Encierro (3 e 4).

Na foto ao lado, tomada desde o teleférico, fragmentos na face noroeste que também estão por desaparecer.
Os glaciares do "Pico La Concha" desapareceram entre 1972 e 1991. Nos vizinhos, picos Bonpland e Humboldt, temos as seguintes observações: extinção do Glaciar Nuestra Señora (4) e redução do Siniguis (3). Todavia é no Humboldt que encontramos o maior glaciar da atualidade, denominado por Schubert de Coromoto (1 e 2 no mapa) e hoje identificado como La Corona. Tinha uma cobertura de 10 km² em 2010 e hoje não restam mais do que 1 km² entre os dois picos do Humboldt.
A foto abaixo retrata muito bem esta realidade. É datada de 5 de janeiro de 2010. Mostra no primeiro plano o Bolívar totalmente descoberto e mais ao fundo, a direita, o Pico Bonpland e logo após o Humboldt com o referido glaciar remanescente.

O complexo está localizado numa latitude aproximada de 8°50" N. O acesso é simples a partir de Mérida. Até 2008 funcionava o teleférico que transportava o turista desde a cidade até o Pico Espejo. Foi desativado posteriormente por motivos de segurança.
Cerro Bolívar é o ponto culminante da nação venezuelana com uma altitude de 5.007 metros sobre o nível do mar.
Sabe-se que o período mais seco é no inverno (dezembro, janeiro e fevereiro) e que as precipitações de neve acontecem no período mais úmido.
Este estudo permanece. Aceitamos colaborações. Entre em contato!
Segue abaixo fotos de diferentes datas:

Foto de Schubert em 1940. No primeiro plano o Glaciar Espejo.
Pico Bolívar em 1950. Face Noroeste.
Pico Bolívar em 1982, foto de Sergio Gonzales.
Fontes Consultadas:
http://frontinoso2.blogspot.com.br/2013/07/nevada-del-1-2-de-julio.html
SCHUBERT C. 2000. Contribuciones de Wilhelm Sievers y Alfredo Jahn a la glaciología venezolana. Geos 32 (1997):p. 133-138.
Teleférico de Mérida. (2015, 8 de febrero). Wikipedia, La enciclopedia libre. Fecha de consulta: 12:16, febrero 26, 2015 desde http://es.wikipedia.org/w/index.php?title=Telef%C3%A9rico_de_M%C3%A9rida&oldid=79901662.