2024

MINAS DO CAMAQUÃ

15 a 17 de novembro

Passados 8 anos, chegou o momento de retornar à Campanha Gaúcha, mais precisamente ao Geoparque de Minas do Camaquã. Foi uma expedição de três dias entre 4 pessoas; Boáz, Luciano, Maiquel e Ricardo. Desta feita levamos junto uma prancha de Stand Up para aproveitar as águas calmas da barragem João Dias.

Na tarde do dia 15 descemos até a prainha, para uma rápida visita e depois seguimos para a Barragem. Luciano e Boáz estavam ali pela primeira vez. Logo na chegada do acesso da barragem, a estrada estava com valas profundas e não quisemos arriscar. Pegamos cadeiras, lanche e a prancha e seguimos a pé pela "estrada" até o bosque de Tipuanas. O local está bem abandonado, o matagal só não é maior por conta dos que vem pescar e limpam para instalar as barracas. Ali ficamos até arrefecer a forte radiação solar. Fiz um breve passeio com a prancha até o outro lado da lagoa e já era hora de subir o Morro da Cruz para avistar o pôr do sol. Uma subida sem maiores dificuldades e uma vista cada vez mais fascinante a cada lance, principalmente para os novatos.

A recolocação da Cruz no Morro da Cruz é um elemento estético para a comunidade local e visitantes, porém ocupou todo o espaço plano no topo do cerro, isto por conta dos pinos e cabos que mantém a cruz em pé. Em 2016, quando ali estivemos, a Cruz estava ausente por conta de uma ventania. Inclusive, para quem desejar saber mais sobre a origem do povoado mineiro, na publicação de 2016 (vide no menu do lado direito) temos um relato mais extenso. Depois do sunset foi a vez de esperar a super lua aparecer no outro extremo.

Já escuro, retornamos para casa. Sim, alugamos uma casa pelo Airbnb, bem no fim da vila. Três quartos, sala, cozinha, até garagem para o auto. O Luciano ficou a cargo de fazer as refeições e nesta noite foi galinhada.

O dia 16 foi dedicado à trilha mais extensa, até o morro adjacente ao da Cruz. Seguimos entre três. Atalhando pela prainha, atravessando o arroio perto da antiga barragem (que fora parte da primeira hidroelétrica do RS), subimos a colina de acesso ao Morro da Cruz e desviamos para a trilha que leva aos demais cerros. Foi uma expedição sem maiores dificuldades, tendo em vista que estes cerros formam uma rampa. Basta apenas fôlego!

No topo as cabras nos esperavam, mas logo se foram. Fizemos algumas imagens aéreas e retornamos, 10 horas já estávamos de volta. Nessa nova fase da Hermomt, com seus integrantes já passando dos 40 anos, não nos expomos mais ao sol como outrora. Almoçamos e descansamos até metade da tarde, para depois irmos à praia!

Um pouco antes das 18 horas segui solo para o Cerro da Mina. Já tinha estudado, pelas imagens aéreas, uma rota clandestina, e deu certo. Encontrei três suspiros da mina dos Ingleses/Belgas, verticais. A entrada da mina dos Ingleses não consegui encontrar e nem entendi exatamente onde fica. Nos relatos contidos na internet diz que é no flanco leste do cerro, então do lado que estava. Qual não foi a minha surpresa ao constatar que estava sendo observado.

O domingo pela manhã, último dia da expedição, foi aproveitado para o Stand Up. Partindo 7:30hs do mesmo ponto onde saem os barcos dos pescadores, fiz 4km pelos meandros da barragem. O ponto mais distante foi atingido subindo o Arroio João Dias até uma praia facilmente vista nas imagens aéreas. Ali era a metade da minha jornada. No retorno vi capivaras atravessando o canal, muitas redes de pescadores e alguns reclamando que as lontras estavam comendo os peixes. Quase perguntei pra eles quem eram os nativos, eles ou as lontras?
Esta experiência, primeira em cima de uma prancha, veio me mostrar de como as tecnologias nos proporcionam momentos ímpares na nossa existência.
Mais uma vez, pelas 10 horas já estava de volta ao ponto de partida.